As páginas do LinkedIn pertencentes ao agora ex-CEO e ao diretor de pessoal da Astronomer seguem desativadas até esta segunda-feira. Mas isso não se limita aos executivos da empresa.

Andy Byron, CEO da empresa Astronomer, e Kristin Cabot, funcionária da empresa, foram identificados em posts no X — Foto: Reprodução/Redes sociais
Além de alguém simplesmente identificar um rosto familiar e espalhar a notícia, os avanços tecnológicos — incluindo a IA — tornaram mais fácil e rápido, em geral, encontrar praticamente qualquer pessoa em uma publicação online. Isso pode acontecer com vídeos e fotos compartilhados nas redes sociais todos os dias, mesmo que não viralizem, alertam especialistas.
“É um pouco perturbador a facilidade com que podemos ser identificados por biometria, como nossos rostos são exibidos online, como as redes sociais podem nos rastrear — e como a internet deixou de ser um local de interação para se tornar um gigantesco sistema de vigilância”, diz Bock. “Quando você pensa nisso, estamos sendo vigiados pelas nossas redes sociais. Eles estão nos rastreando em troca de nos entreter.”
E, claro, esses momentos também podem impactar pessoas que não estavam realmente sendo filmadas. Por mais fácil que seja ser identificado online hoje em dia, a internet é notória por ser muito ampla ou nem sempre acertar. Isso às vezes resulta em assédio a indivíduos que não estão realmente envolvidos.
No show do Coldplay da semana passada, por exemplo, muitos usuários de redes sociais especularam que uma terceira pessoa vista perto dos dois flagrados pelas câmeras seria outra funcionária da Astronomer — o que levou a uma enxurrada de postagens direcionadas a ela.
Mas a empresa confirmou posteriormente que ela não estava no evento e disse que nenhum outro funcionário estava no vídeo que circulava online.
Para o momento agora viral, "podemos conversar sobre o que é certo e errado, e se eles mereciam", diz Alison Taylor, professora clínica associada da Stern School of Business da Universidade de Nova York. Ainda assim, é "muito assustador ver tanto abuso e assédio online", observa Taylor. "Existem seres humanos reais por trás disso."
É difícil imaginar que esse tipo de momento viral algum dia vá desaparecer — e há poucas restrições legais que impeçam os usuários de compartilhar clipes de interações gravadas, de qualquer coisa, desde um show até as ruas, amplamente online. Mas, em um nível individual, Bock diz que pode ser útil "pensar antes de compartilhar" e questionar se algo é realmente preciso.
“As mídias sociais mudaram muito”, diz Bock. “Mas nós, como sociedade, ainda não alcançamos a tecnologia em termos de ética e etiqueta.”
Fonte; G1