Em abril deste ano, o conflito interno que assola o Sudão completou dois anos, consolidando-se como um dos maiores e mais devastadores do mundo atual. Mesmo com mais de 12 milhões de deslocados dentro do território sudanês, a tragédia segue praticamente invisível na cobertura da grande mídia ocidental.
Segundo o especialista em estudos estratégicos internacionais, Luis Haroldo Santos Junior, o silêncio global em torno do sofrimento sudanês reflete uma visão marcada por “afropessimismo” — uma perspectiva que considera os conflitos no continente africano como insolúveis e de menor importância frente a outras crises mundiais.
A historiadora Patrícia Teixeira dos Santos também destaca um aspecto preocupante: a tendência de classificar esses confrontos como meramente "étnicos", o que seria um reflexo direto do pensamento colonial. Para ela, essa narrativa ignora os verdadeiros interesses em jogo, como a atuação de governos corruptos ligados a empresas internacionais e à exploração de recursos minerais.
A situação no Sudão expõe, mais uma vez, como conflitos gravíssimos em solo africano são frequentemente negligenciados, enquanto as consequências humanas crescem em escala alarmante.
Autoria: KAJI FM – Um Novo Conceito de Rádio
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